Matéria 1:
Periferia à deriva – O maio que não acabou
Filme retrata a enchente de maio através do olhar de quem viveu a tragédia
Em maio de 2024, o Rio Grande do Sul sofreu a maior calamidade climática de sua história, a enchente que também atingiu a capital, desalojou milhares de pessoas, mas a periferia foi a mais atingida. Com pessoas precisando buscar abrigo as pressas e ruas tomadas pela água. Muitas dessas pessoas foram abrigadas em lugares improvisados, um desses lugares foi a Escola Grande Oriente, onde funciona a redação do jornal Fala COHAB. A calamidade despertou a solidariedade de toda comunidade e a partir da convicência com as pessoas abrigadas nasceu a necessidade de não permitir que a história fosse esquecida.
Através da iniciativa dos oficineiros do jornal, foram feitas uma série de entrevistas com as pessoal que ali estavam vivendo e trabalhando e o material se transformou no filme documental Periferia à deriva – o maio que não cabou. O filme é um relato emocionante da tragédia feito por aqueles que viveram o momento com suas angústias, medos e esperanças.
A narrativa inicia mostrando imagens da cidade tomada pela água em contraste com os depoimentos dos desalojados enfatizando a surpresa com que viram as águas invadirem suas casas e ameaçarem suas vidas, Alex Godim, morador da Vila Dique relata o primeiro momento em que viu água na sua residência “Ué! Estourou um cano? Porque, nós não ouvimos o barulho da chuva”, era a água do dique do sarandi rompido invadindo a casa. O filme conta com relatos de moradores dos três bairros mais atingidos Sarandi, Vila Farrapos e Humaitá. Onde os moradores foram resgatados as pressas por voluntários e tentam recomeçar suas vidas em meio as incertezas de um abrigo provisório.
O Grupo Estrelas Go formado por alunos da Escola Grande Oriente, reuniram professores, pais e alunos e fizeram a composição da música tema para o filme. A atividade aconteceu através do Projeto Vivências pela Música, da rede municipal, coordenado pelo professor Leandro Spencer Chaves, que ocorre em contraturno as atividades escolares. Os integrantes se reuniram em estúdio e fizeram uma interpretação da música “Um dia de Sol”, da banda Papas da Língua, que traduz a angústia e a esperança do momento retratado.
Os estudantes da Uniritter Arthur Alves e Israel Costa, que participam do projeto de jornalismo, auxiliaram nas filmagens e edição do documentáro, o esforço conjunto possibilitou um registro histórico da periferia feito pela periferia.
Matéria 2:
Rap in Cena anuncia sua programação da edição de 10 anos
Edição comemorativa será nos dias 16 e 17 de novembro no Parque Harmonia.
Com mais de 100 atrações musicais, o Rap in Cena anuncia orgulhosamente o line-up completo de sua edição de 10 anos. Desta vez, o festival traz duas atrações internacionais inéditas, artistas de peso do rap nacional e uma valorização da cena local jamais vista.
Entre as atrações internacionais estão Ja Rule e Rich the Kid. O primeiro ficou conhecido nos anos 2000 por hits como Mesmerize, Always On Time, Wonderful, entre tantos outros. O rapper nova-iorquino traz ao RIC sua turnê que celebra 25 anos de carreira. Já Rich the Kid, também da Costa Leste, nasceu em Nova York e cresceu em Atlanta. Transitando do trap melódico ao drill, ele se notabilizou nos últimos anos com singles como New Freezer, Plug Walk, Splashin e Carnival. Novamente, o palco do RIC recebe os principais nomes da cena do país, reafirmando-se como o maior festival de hip-hop do Brasil. Mano Brown, autoridade do rap brasileiro, subirá ao palco e terá Rincon Sapiência como convidado. Um dos nomes mais bombados da nova cena do rap nacional, Filipe Ret traz a turnê FRXV, em que celebra seus 15 anos de carreira. Outro nome gigante da cena é Djonga, que promete incendiar o Harmonia mais uma vez. Do skate para o rap, o carioca L7nnon é outro nome que volta ao festival, acumulando milhões de execuções nas plataformas digitais com participações no Poesia Acústica e singles como Corte Americano e Vamo Marolar. Representando o Nordeste e a produtora 30PraUm, haverá os shows explosivos de Wiu e Teto. Já Veigh mostrará porque é um fenômeno do trap nacional dos últimos anos. A presença feminina também será forte no RIC deste ano: o festival trará ao palco nomes representativos da cena como MC Luanna, Duquesa, Lourena, Triz e Cynthia Luz. O RIC será realizado nos dias 16 e 17 de novembro (sábado e domingo), no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho (Harmonia). Além da música, o festival também contará com a Vila Olímpica, que vai promover batalhas de rimas, breaking, basquete, jiu-jitsu, skate, slam, boxe, kickboxing e muay thai. Os ingressos para o Rap in Cena estão disponíveis na plataforma Sympla e na loja Gang do Barra Shopping (Av. Diário de Notícias, 300 – Lojas 2033 a 2034 – Bairro Cristal), em Porto Alegre.
SERVIÇO
10ª Edição do
Rap in Cena
Dias 16 e 17 de
novembro
Parque Maurício Sirotsky Sobrinho (Harmonia) – Av. Loureiro da Silva, 255 – Praia de Belas, Porto Alegre
Matéria 3:
O impacto do lixo acumulado na comunidade
Um espaço de discussão de moradores e lideranças da comunidade na COHAB
Com a enchente que teve muitas coisas estão esquecidas na nossa cidade, muito lixo nas ruas precisamos de manutenção no nosso bairro. f
fala da moradora Cristine
Na COHAB falta muita coisa, mas acho qe precisa de áreas pra fazer esporte, que acabam virando depósito de lixo e as crianças são as mais prejudicadas.
fala do morador Rodrigo
Texto: Lara Senna e Pietro Bastos
Uma das reclamações frequentes dos moradores é quanto ao lixo acumulado nas ruas e o descarte irregular de materiais uma gestão pública desigual nos bairros, resulta em um problema ambiental sério: o acúmulo de lixo nas periferias. As áreas mais afastadas dos grandes centros urbanos são frequentemente as mais negligenciadas em termos de infraestrutura, incluindo a coleta regular de resíduos. Esse acúmulo de lixo traz consequências diretas para a saúde, o meio ambiente e a qualidade de vida dos moradores dessas comunidades. Entender esses impactos é essencial para promover mudanças que garantam uma vida digna e saudável para a população periférica.
A presença constante de resíduos orgânicos, como restos de alimentos, favorece o surgimento de ratos, mosquitos e baratas, transmissores de enfermidades como leptospirose, dengue, chikungunya e zika. A falta de coleta regular e o descarte inadequado do lixo aumentam o contato dos moradores, especialmente crianças, com substâncias tóxicas e poluentes. Todos os moradores afirmam que a frequência da coleta de lixo orgânico é insuficiente e a coleta de itens volumosos é inadequada com funcionamento poucas vezes ao ano, no bairro mais populoso de Porto Alegre.
O descarte inadequado de lixo afeta diretamente o meio ambiente. O acúmulo de resíduos sólidos em terrenos baldios, valas ou beiras de estradas nas periferias contribui para a poluição do solo e contaminação de da água. A degradação de materiais plásticos, químicos e eletrônicos, por exemplo, libera substâncias tóxicas que podem infiltrar-se no solo e contaminar lençóis freáticos, impactando diretamente a qualidade da água consumida.
Com o crescimento desordenado e a ausência de saneamento básico em muitas dessas regiões, o lixo também pode ser levado pela chuva para córregos e rios, agravando a poluição hídrica e dificultando o acesso a fontes de água potável. A degradação da paisagem urbana prejudica a autoestima e o bem-estar psicológico dos moradores, que convivem diariamente com a sujeira e a sensação de abandono por parte do poder público.
A falta de infraestrutura e de políticas de coleta eficiente também cria um ciclo de exclusão social, no qual os moradores das periferias são vistos como “cidadãos de segunda classe”, com menos direitos e acesso a serviços básicos em comparação com as áreas centrais das cidades. Um dos principais motivos do acúmulo de lixo nas periferias é a falta de um serviço de coleta eficaz. Em muitos casos, os caminhões de coleta não conseguem acessar todas as áreas, especialmente aquelas com ruas não pavimentadas, estreitas ou mal planejadas.
A falta de educação ambiental e de incentivos para a reciclagem agrava o problema, já que o descarte inadequado e o baixo índice de separação de resíduos recicláveis aumentam a quantidade de lixo que necessita ser coletado. Embora muitos catadores e cooperativas atuem de forma informal nessas áreas, a falta de apoio governamental e de uma infraestrutura adequada limita a eficiência desses esforços.
Para solucionar os impactos do lixo acumulado nas periferias, é necessário um conjunto de soluções integradas. Primeiro, é essencial aumentar os investimentos em infraestrutura, com a pavimentação de ruas, instalação de pontos de coleta e ampliação da cobertura de coleta de resíduos. Paralelamente, campanhas de conscientização e educação ambiental devem ser implementadas para incentivar o descarte correto e a separação de recicláveis.
A inclusão de cooperativas de catadores nos sistemas formais de coleta e reciclagem também pode contribuir para a redução do volume de lixo nas ruas. Essas cooperativas, quando apoiadas pelo poder público, podem criar empregos e gerar renda para os moradores locais, além de melhorar a gestão de resíduos.
Por fim, é crucial que os governos locais e estaduais tratem a questão do lixo nas periferias com a mesma seriedade que tratam nas áreas centrais. A garantia de uma coleta eficiente e sustentável é um direito de todos os cidadãos, independentemente de onde vivam.
O lixo acumulado nas periferias urbanas é um problema de múltiplas dimensões, que afeta diretamente a saúde, o meio ambiente e a qualidade de vida dos moradores. Sem políticas públicas inclusivas e investimentos adequados em infraestrutura e educação, o ciclo de desigualdade e exclusão não terminará. Promover um ambiente limpo e saudável nas periferias não é apenas uma questão de justiça social, mas também de garantir que todos os cidadãos tenham o direito a viver em condições dignas e seguras. Esse ano tiveram eleições é uma boa hora para cobrar os novos integrantes da câmara por soluções para o problema na comunidade.
Os vereadores eleitos apresentam suas propostas para o problema do lixo.
vereador MARCOS FELIPI
Eleito vereador, em 2024 com 6.616 votos, pelo partido Cidadania, no campo conservador.
A cidade possuí 93 bairros e 80% são atendidos pela coleta domiciliar, 19 bairro possuem coleta mecanizada, é um dos serviço que tiveram prioridade para tratamento pelo prefeito Sebastião Melo.
Porto Alegre recolhe 1100 toneladas de lixo por dia, mas nosso limite é a porta da casa do cidadão, as pessoas tem que ajudar na separação do material e colocar nos horários que passa o caminhão.
A minha experiência como secretário
eu vou trazer para o mandato de vereador
para trabalhar na resolução dessa dificudade na comunidade. Tem coisas que demoram mais, que eu tenho que avisar para a população não posso prometer um monte de coisa que não irei cumprir, mas posso acelerar os processos, pois tenho experiência de trabalho como secretário municipal de serviços urbanos buscando soluções para
a cidade
vereador ERICK DÊNIL
Eleito vereador, em 2024, com 5376 votos, pelo partido PC doB, do campo progressista.
Eu não acho que somente a população é culpada, no centro da cidade tem container, coleta seletiva
enquanto na cohab não tem uma lixeira, um container.
E geralmente as pessoas não tem dinheiro pra pagar um lugar para descartar, acabam pagando uma pessoa pra limpar, que pega o lixo e joga na outra esquina.
Tem duas formas para resolver esse problema com a educação ambiental para que as pessoas saibam como descartar corretamente e com investimento da prefeitura na infraestrutura dos bairros da periferia e nas cooperativas para que se possa reciclar mais lixo na cidade. Atualmente apenas 3% de todo materoal é reciclado e isso é dinheiro jogado no lixo.
Eu tenho certeza que todos serviços públicos são melhores do que os privados, temos que fortalecer o DMLU .